Cidades

UFF desenvolve máscaras de baixo custo para área de saúde

Máscaras estão sendo desenvolvidas por pesquisadores

Um grupo de professores da Escola de Engenharia da UFF e de Medicina, estão desenvolvendo máscaras de proteção de baixo custo do tipo ‘faceshield’ em impressoras 3D. O objetivo é que sejam distribuídas aos profissionais de saúde na linha de frente contra o COVID-19.

O grupo, formado pelos professores Marcio Cataldi, Daniel Henrique Nogueira Dias, Ivanovich Lache e Ricardo Carrano e o professor da Faculdade de Medicina Jano Alves de Souza, juntamente com o mestrando do Programa de Engenharia e Biossistemas (PEGB-UFF), Lucas Getirana de Lima, está criando o protótipo na casa dos pesquisadores e estudando algumas adaptações para que seja possível desenvolvê-lo na Escola de Engenharia.

“Lucas pegou a proposta da máscara original e a aprimorou. Em seguida, o professor Daniel a imprimiu em sua própria impressora 3D. O mestrando então montou a impressora no Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) para testar a faceshield. Lá fizeram algumas sugestões que iremos incluir no projeto”, conta o professor Márcio Cataldi.

A ideia surgiu com base no projeto público da máscara, desenvolvido pelo fundador da empresa de impressoras 3D ‘PRUSA’.

“Joseph Prusa disponibilizou gratuitamente para download uma versão simplificada do faceshield em um site da companhia dele. Hoje todos os grupos que estão produzindo esse tipo de proteção facial utilizam o projeto como base. Partindo dessa proposta, a equipe de pesquisadores começou a trabalhar em cima de modificações sugeridas por médicos do mundo todo”, informa Lucas Getirana.

O professor Marcio Cataldi enfatiza que o material utilizado para confecção das máscaras é de baixo custo, como acetato e silicone, além de possuir filamentos para impressora 3D.

“Quando entrarmos em modo de produção, iremos reunir várias impressoras 3D no hall da Escola de Engenharia da UFF para conseguirmos imprimir o maior número de máscaras possíveis”, explica.

A equipe já está recebendo pedidos dos mais diversos hospitais da região de Niterói e também do Brasil, a exemplo do Estado do Pará, e pretende começar sua distribuição ainda essa semana.

“Estamos esperando a resposta dos testes dos profissionais de saúde para iniciar a fabricação em massa. A prioridade será atender o HUAP e os hospitais mais próximos. Dependendo do número de impressoras, poderemos atender outras unidades hospitalares. Como cientistas sempre tentamos trabalhar com projetos práticos e que possam salvar vidas e minimizar riscos sociais. Quando a situação do COVID-19 se agravou, o grupo refletiu sobre como a nossa expertise poderia ajudar" disse Márcio Cataldi.

Futuramente os cientistas pretendem também desenvolver um respirador de baixo custo utilizando impressoras 3D.

“Vimos que na Itália, por exemplo, estão tendo muitos problemas pela falta de respiradores. Assim que passar esse momento de desenvolvimento da máscara, vamos começar a trabalhar no respirador. Hoje temos quatro motores, que é uma das peças mais caras do equipamento, e temos as impressoras para fazer as outras peças. Penso que vamos conseguir. Só precisamos adaptar os projetos à nossa realidade”, revela Cataldi.

Nesse momento em que a colaboração coletiva pode ser decisiva para o controle da pandemia de coronavírus, os pesquisadores ressaltam que, acima de tudo, se sentem no dever de atender as demandas da sociedade.

“Como cientistas sempre tentamos trabalhar com projetos práticos e que possam salvar vidas e minimizar riscos sociais. Quando a situação do COVID-19 se agravou, o grupo refletiu sobre como a nossa expertise poderia ajudar. Me sinto cumprindo o meu dever como servidor público e como pesquisador ao mostrar à sociedade a importância da ciência, da criatividade e da resiliência num momento tão difícil para todos”, ressalta Cataldi.

Para o reitor, professor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, é importante que a UFF una forças e envolva toda a comunidade acadêmica, através de projetos e ações no combate ao coronavírus.

“A gestão da Universidade está trabalhando incansavelmente para que possamos juntos lutar e enfrentar este difícil momento. Temos tecnologia de ponta, pesquisa de alta qualidade, profissionais de excelência e colocamos todos nossos recursos à disposição da sociedade”, completa o reitor.

O mestrando Lucas conclui ressaltando que o combate ao vírus expõe diretamente os profissionais da saúde, que estão frente a frente com esse mal. Diante desse cenário preocupante, ele acredita que a capacidade que os jovens como ele têm de encarar os problemas de forma inovadora e enérgica pode fazer a diferença no auxílio à área médica.

“Ao conversar com o professor Antonio Claudio, nosso reitor, sobre a possibilidade de desenvolver a máscara, ele nos apoiou e uniu este grupo multidisciplinar de pessoas gabaritadas, dando-nos como missão a execução dessa ideia concretamente”.

Instituto de Química da Uerj produz álcool para unidades de saúde

Diante da falta de álcool 70% no mercado, uma equipe coordenada pelo Instituto de Química (IQ) da Uerj decidiu preparar o produto utilizando insumos que já estavam disponíveis nos laboratórios da unidade. Cerca de 15 pessoas, entre professores, técnicos e alunos vão se revezar na fabricação, que deverá atender à demanda das unidades de saúde da Universidade.

"Para evitar aglomeração, pensamos em um rodízio entre os grupos de trabalho, de forma a mantermos a produção em dia", afirma o diretor do IQ, Alexsandro Araújo.

Nesta terça (24), já começou a ser feita a versão líquida, obtida a partir da diluição de álcool 96%. O produto será destinado ao Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) e à Policlínica Piquet Carneiro (PPC), para limpeza de superfícies. Ainda nesta semana, a equipe começa a preparar também o álcool glicerinado 80%, para desinfecção de mãos. Para este fim, o produto é preferencialmente indicado, por ser menos volátil, permanecendo mais tempo na pele, além de conter emolientes que hidratam e evitam o ressecamento.

A população pode contribuir com a doação de galões de água mineral (a partir de cinco litros) limpos, vazios e com tampa, para o armazenamento da água destilada usada no processo. Os recipientes devem ser entregues na portaria do Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha (Haroldinho), no campus Maracanã, das 9h às 17h, aos cuidados do professor Jefferson Gois.

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